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A CONTINUAR NESTE RITMO, O QUE SERÁ DA SAÚDE NO NOSSO ESTADO ???

 

          O Estado de São Paulo contribui, anualmente, com pouco mais de 30% do Produto Interno Bruto Brasileiro ou R$ 1,86 Trilhão de Reais.

 

          É para os principais centros do estado de São Paulo que a maioria dos doentes graves de todo país são encaminhados para tratamentos de alta complexidade.

 

          Os serviços de Residência Médica e Pós Graduação do Estado de São Paulo têm o maior número de candidatos por vaga de todo país, exatamente por conta de excelência destes serviços.

 

          A maioria dos políticos brasileiros, quando têm algum problema de saúde, buscam atendimento em nosso Estado. 

 

          Nem por conta destes números os serviços de saúde paulistas recebem algum diferencial do Governo Federal.  

 

    Nos últimos 10 anos a maioria dos serviços de referência em nosso Estado receberam contribuições federais progressivamente menores.

 

      A Saúde em nosso país é gerida por um Presidente da República formado em Direito. Nosso Ministro da Saúde é Engenheiro Civil. O Diretor Presidente Substituto da Agência Nacional de Saúde é Economista. 

 

          Nesta situação, sem nenhum médico a olhar pelos nossos interesses e destinos: O QUE SERÁ DE NÓS ??? Pior: o que será da saúde de nossa população.

 

          É preciso lembrar que, além do nosso estado dispor de recursos técnicos para atender todos os casos graves deste país, nossos médicos precisam cuidar TAMBÉM da nossa população. Em especial da nossa população mais carente. 

 

          Nos últimos 10 anos idéias fantásticas foram DETURPADAS pela desculpa da falta de recursos. Deturpadas por que embora se tenha dito que não havia verba para o atendimento adequado da população este numerário EXISTIA e foi desviado para atender interesses políticos dos então governantes brasileiros com o governo Cubano. 

 

          O dinheiro que foi investido neste propósito seria suficiente para financiar um serviço altamente gabaritado e com médicos formados em nossas Universidades. Os protestos emitidos pelos médicos não foram ouvidos por que nossa voz é fraca ou desinteressada.

 

          Embora nossas universidades estejam formando profissionais altamente gabaritados na especialidade de Medicina de Família e Comunidade, "médicos" formados em faculdades de medicina estrangeiras de qualidade duvidosa, mesmo aqueles nascidos no Brasil, continuam sendo empossados no atendimento direto a nossa população. Os protestos emitidos pelos médicos continuam a não ser ouvidos por que nossa voz é fraca ou desinteressada.

 

          Para agravar este quadro, já que qualquer um pode prestar atendimento na área da saúde, inúmeros profissionais não médicos passaram a praticar atos exclusivamente médicos. Não é dificil, nos dias atuais, fazer uma epilação a laser em um salão de beleza sem supervisão médica. Também não há dificuldade em aplicar botox em um instituto de beleza sem supervisão médica. Doulas, incentivadas por uma mídia social menos orientada, realizam partos de alto risco em ambientes duvidosos TAMBÉM sem apoio médico. Procedimentos abortivos, então !! Médico não pode ter óptica. Optometrista pode prescrever óculos DESCARADAMENTE em nossas crianças e idosos. Nossas regras regulamentam com rigidez a maneira como divulgamos nosso trabalho. Mas, pouco ou nada fazem para impedir que não médicos divulguem ou executem o O ATO MÉDICO por eles praticado.

 

        Sem um norte para manter o prestígio da classe médica e servir como "divisor das águas" criamos o hábito de GENERALIZAR. Qualquer situação que, eventualmente, não atenda aos interesses de uma determinada especialidade, por extensão, é tido como ERRADO para toda a medicina.

 

        Brigamos EM TODAS AS ESPECIALIDADES com nossos colaboradores da Enfermagem. No entanto, para a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o trabalho executado pelo corpo de enfermagem é fator preponderante para o sucesso de um serviço de atenção primária. Se é bom para uma especialidade NÃO PODEMOS GENERALIZAR. Alguém precisa servir de balizador nesta relação. 

 

          Precisamos de um norte. Da maneira como estamos hoje caminhamos mal. Precisamos mudar este rumo desorientado por que passa a saúde no Estado de São Paulo. PRECISAMOS MUDAR.