O futuro do idoso na sociedade moderna

A natureza nos vê como animais e não enxerga o contexto social onde estamos inseridos. 


Talvez essa seja a razão por que o nosso timo (principal órgão produtor dos linfócitos T que que são as células da nossa imunidade) involua na idade adulta.

Também pode explicar o fato de nossas células de memória de defesa, aquelas "que lembram que um dia tivemos uma infecção ou fomos vacinados" não consigam sobreviver mais que 20 ou 30 anos. 


Para a natureza um humano de sucesso tem aproximadamente 35 anos.

Ele já cumpriu as funções básicas que se espera dele: nasceu (e não morreu e nem foi morto na infância), chegou a puberdade e foi capaz de se reproduzir, conseguiu cuidar da prole enquanto ela não podia se defender sozinha e a partir de então já pode morrer. 


Após ter cumprido o papel de perpetuar a espécie o humano já pode morrer.


Para a natureza o humano não precisa crescer, estudar, realizar seus sonhos e morrer muito velho depois de uma vida bem satisfatória.

Para a natureza basta nascer, crescer, reproduzir e morrer.


Graças ao bom trabalho daqueles que se preocupavam com a saúde da população, medidas saneadoras e de tratamento fizeram mudar radicalmente esse quadro em apenas 100 anos.

Vale lembrar que em 1900 a estimativa média mundial de vida para o ser humano era de 31 anos (muito mais em países mais desenvolvidos e muito menos em países de situação econômica precária).  Em 1950 essa expectativa passou para 45 anos, em 2017 para 76 anos para os brasileiros e 80 anos para os portugueses.


Hoje, quando um médico jovem é obrigado a escolher entre manter vivo ligado a um ventilador um indivíduo de 75 anos ou um de 35 anos em fase produtiva, ele sem titubear opta pelo segundo. 


Essa virose, pelo fato de atingir com mais gravidade os indivíduos idosos, faz pensar no presente o que fazer para que no futuro próximo as defesas do idoso possam ser incrementadas para:


1.estimular as células reparadoras a reconhecerem células cancerígenas com a maior brevidade possível; 

2.que possamos aprimorar a formação de novas células de defesa e o desenvolvimento de vacinas de amplo espectro  para a maioria dos patógenos;

3.promover uma verdadeira reengenharia no controle metabólico e hormonal e.

4.principalmente: estimular o sistema neurológico a continuar mantendo a capacidade de movimento independente e também de toda cognição, em especial da memória.


Esse conjunto de medidas certamente obrigará nossos idosos a descobrir um outro papel social e evitará o pensamento daqueles mais jovens que acreditam que ele, por ser um peso quase morto, possa ser "descartado".

Sampaio, PRS. O futuro papel do idoso na sociedade. Disponível em http://dislexia.med.br/idoso