SIMULTAGNOSIA
Olhe a figura acima: imagine que você só consegue enxergar uma fruta de cada vez. A carinha formada pelo conjunto das frutas não tem este significado.
Agora olhe ao seu redor: a sala onde você está, as fotos nas paredes, a mesa à sua frente e as palavras nesta página. Seu sistema visual está processando uma riqueza de informações sobre esses objetos, como tamanho, forma, cor e localização.
Embora seu sistema visual se encaixe em todos esses elementos para criar uma imagem coerente do seu mundo, os pacientes com simultanagnosia vêem o mundo de maneira caótica. Esses pacientes podem ver apenas um objeto de cada vez e, às vezes, apenas pedaços de objetos.
O que eles podem ver não pode ser localizado no espaço, provavelmente porque eles não vêem mais nada que possa fornecer um ponto de referência para situar objetos no mundo.
Assim, a simultanagnosia é um distúrbio do Processamento Visual onde o paciente percebe a cena de maneira desordenada: cenas e objetos são percebidos de maneira fragmentada.
Esta alteração afeta também a atenção visual, mas não está claro se esse comprometimento é baseado na natureza do objeto ou do espaço onde o objeto está localizado.
O termo simultanagnosia foi usado pela primeira vez por Wolpert em 1924, que o descreveu como uma habilidade para perceber os elementos individuais de uma cena, sem a capacidade de sintetizar o significado geral da cena.
Farah em 1990 especificada a existência de uma simultagnosia dorsal e outra ventral, resultantes de lesão bilateral parieto-occipital, incluindo o sulco intraparietal e vias visoespaciais da substância branca bilateral
Chechlacz em 2012 a descreve como uma restrição da atenção visual de tal forma que o paciente toma ciência de apenas um objeto de cada vez
Apesar da acuidade visual intata, o déficit de atenção secundário a simultanagnosia pode ser extremamente debilitante.
Situações extremas provocam no paciente a Sindrome de Bálint que consiste em uma profunda inabilidade para direcionar a atenção para reconhecer dois ou mais objetos. Nestes extremos o paciente pode ser confundido como portador de cegueira.