LENTES PRISMÁTICAS – ORENTAÇÕES AOS TERAPEUTAS EM GERAL


Imagine o cérebro humano como um órgão encarcerado em uma caixa óssea, sem contato com o mundo externo. Para que esse contato se estabeleça desenvolveram-se os órgãos dos sentidos.


Os livros atuais de fisiologia médica descrevem 8 sentidos. Os cinco conhecidos, desde os primeiros anos escolares, são a audição, o tato, o olfato, a visão e o paladar.


Estes sentidos são denominados exteroceptivos porque informam o cérebro sobre estímulos EXTERNOS ao nosso corpo.


Os outros 3 sentidos são chamados de interoceptivos porque informam o cérebro sobre o que acontece dento do corpo. São eles a somestesia, a cinestesia e a propriocepção.


A somestesia (de maneira simplificada) é o sentido que informa nosso cérebro quanto ao enchimento da bexiga e a necessidade próxima ou não de urinar, dos nossos intestinos, da nossa respiração, dos batimentos cardíacos, etc...


A cinestesia (também de maneira simplificada) é o sentido que informa nosso cérebro sobre o movimento do nosso corpo. Se este movimento está acontecendo graças aos nossos músculos ou se estamos sentados em um carro em movimento.


A propriocepção (também de maneira simplificada) é o sentido que informa nosso cérebro sobre a localização espacial de cada parte do nosso corpo. Quando alguém te pergunta onde está seu dedidnho do pé direito surge em seu pensamento a localização espacial exata deste membro.


Tal como nossos sentidos exteroceptivos, os interoceptivos também vão se desenvolvendo durante os três primeiros anos de vida.


A medida que se desenvolvem eles também se integram. As informações passam a ser trabalhadas conjuntamente e as respostas acontecem de maneira organizada.


É importante entender também que cada um destes sentidos envia para o cérebro uma nova informação a cada milésimo de segundo.


O cérebro humano recebe em média mais de 1,5 milhões de informações sensoriais por segundo. Se estes estímulos fossem conscientes certamente teríamos problemas. Imagine seu coração avisando seu consciente 80 vezes por minuto: bateu, parou, bateu, parou.... Ao mesmo tempo do coração o pulmão avisando 16 vezes por minuto: respirou, parou, respirou, parou....

Desta maneira o cérebro faz uma verdadeira SELEÇÃO das informações que recebe tabulando o que é mais importante de ser resolvido a cada segundo.
No caso do exemplo do coração se ele bater descompassado a informação se tornará consciente para que você fique atento e tome uma conduta.


O desenvolvimento adequado e pontual da integração sensorial na infância determinará o momento de engatinhar e andar, o desenvolvimento da fala, das reações visuais, da postura em pé, da coordenação dos movimentos, da atenção, da ação e até mesmo do pensamento.


Quando a integração não se dá de maneira uniforme (ou imatura) surge descoordenação motora, desatenção, hiperatividade, movimentos repetitivos, dificuldade de leitura, de escrita, de compreensão, de postura, de movimento.... O treino e a repetição podem minimizar algumas áreas desta falta de integração. Daí alguns indivíduos terem facilidade em alguns esportes ou com alguns jogos eletrônicos. Isso acontece para desconforto de alguns pais que questionam o fato do filho ser um expert em jogos eletrônicos e não conseguir amarrar um sapato, ler um simples dissílabo ou manter a atenção na escola.


Outros sinais de alteração na integração são dificuldade para dormir a noite, sonolência diurna, isolamento, depressão, perda inadequada de urina, dor de cabeça crônica, dificuldade de relacionamento com pares da mesma idade.


As lentes prismáticas realinham em um único complexo a visão, a audição, o equilíbrio, a cinestesia e a propriocepção colocando nesse realinhamento os demais sentidos.
 

Quando o diagnóstico é precoce (dos 6 aos 8 anos incompletos) a resposta é mais rápida, mais concreta. O trabalho complementar de outros terapeutas acelera o desenvolvimento. Quando o diagnóstico é tardio (depois dos 8 anos) a resposta é mais lenta e mais trabalhosa e envolve o trabalho acentuado de outros terapeutas.


O uso do auxílio óptico é constante exceto em situação de risco como esporte.

O terapeuta deve estimular a escola a insistir para que o aluno use o auxílio óptico assim como dentro da sala de terapia.