WISC IV E CUBOS

 

Cubos – neste teste o individuo deve olhar um conjunto de quadrados de 35 mm de lado cada um, formando cubos compostos de 2 ou 4 ou 6 quadrados que podem estar dispostos horizontal ou obliquamente.

 

Cada quadrado deste cubo poderá estar preenchido parcial ou integralmente. O individuo deverá copiar esta figura em um determinado tempo pré-estabelecido.
 

Cada lado de um quadrado do cubo quando observado a 40 cms do papel tem 30 segundos de grau de arco do campo visual central (ou meio grau de arco). Um cubo de 4 quadrados tem 1 grau de arco visual de cada lado.

 

A fóvea de um olho (que nos fornece a visão central e onde a imagem é a mais perfeita possível) é capaz de enxergar com nitidez (se este olho for bem calibrado) um campo de 2 graus de arco. Isso significa que este cubo é perfeitamente visível pela fóvea de cada um dos olhos.

 

Entre o cubo modelo e o cubo a ser preenchido pelo paciente há uma distância de 16 cms que, quando observada a 40 cms do papel, representa 21 graus de arco que os olhos do examinando devem saltar para a esquerda para visualizar o modelo e retornar 21 graus para a direita para localizar a área que deverá ser usada para preencher o teste.


 

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O leitor ocidental é treinado para fazer este movimento ocular com mais precisão da esquerda para a direita.

Existem 5 tipos de movimentos oculares:
1) sistema de movimento rápido (“sacádico”);

2)sistema de movimento lento (seguimento)

3)sistema de seguimento vergêncial;

4)sistema de fixação;

5)sistema vestibular.

 

O sistema de movimento rápido ou “sacádico” realiza os movimentos mais rápidos que o aparelho oculomotor pode realizar. Não há no organismo dos mamíferos nenhum outro músculo cuja contração seja mais rápida.

Sua finalidade é dirigir o olhar de um objeto para outro, dentro do campo visual, no menor tempo possível e estão presentes desde o nascimento.

 

Durante este movimento a visão desaparece do consciente, pois o importante é buscar o objeto que o estimula. Os dois olhos devem executar movimentos rápidos de igual magnitude e direção.

 

Este movimento é voluntário e é controlado pelos hemisférios cerebrais. O hemisfério direito comanda os movimentos que levam os dois olhos para a esquerda e o hemisfério esquerdo comanda os movimentos que conduzem para a direita.

 

Portanto se o examinando na busca do objeto a partir da direita para a esquerda tem dificuldade para localizar a imagem esquerda o problema está no hemisfério direito. E vice versa.

 

Além das áreas de controle visual occipito-parietais, o movimento ocular (por ser voluntário) é gerenciado pelos lobos frontais. O cerebelo participa deste processo (daí o papel proprioceptivo neste movimento do olhar).

 

O exame de seguimento ocular é realizado solicitando-se ao paciente que mantenha a cabeça parada e siga apenas com os olhos um objeto que se move lentamente. O objeto pode ser o dedo do examinador, ou uma caneta a uma distância aproximada de um metro. O exame do seguimento tem, no entanto algumas particularidades:

 

1.o paciente precisa estar alerta e atento (fazer este exame na criança cansado ou com fome altera o resultado);

2.não é bem desenvolvido em crianças muito pequenas

3.diminui com o avançar da idade.

4.em qualquer idade é bastante influenciado por medicações (benzodiazepínicos, anticonvulsivantes  e estimulantes).

 

Ao avaliar as sacadas o examinador deve estar atento principalmente a três seguintes aspectos: a velocidade, a latência para o início do movimento, e sua acurácia. Pode-se observar também se os olhos se movem simultaneamente.

 

Entre as sacadas oculares ocorrem as fixações que são períodos parcialmente estacionários. Neste momento os leitores proficientes extraem informação correspondente a cerca de 3 a 4 caracteres a esquerda e 14 a 15 caracteres a direita. Estas fixações podem ser afetadas por cor, brilho, contraste, simetria, complexidades.

 

Assim a prova dos cubos sofrerá influencia em indivíduos com graduação para hipermetropia e astigmatismo não corrigidos, pessoas com baixa visão de contraste, alteração na visão de cores, exames localizados em locais de baixa luminosidade, uso de medicamentos, sono, cansaço físico, hábitos de leitura, etc.